terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Quem tem direito ao sonho?




              Para Edu

Acordo de uma noite sem sonhos.
E agora a realidade.
Ainda não, penso em começar o dia com arte.
Bordar, pintar?
Durante o café a realidade de um mundo
também sem sonhos.
Jovens mortos. Mataram sonhos também.
E dói em mim.
Conheci jovens como aqueles.
Fizemos arte, rimos e sonhamos,
"uma realidade menos morta"
Mas a  realidade nos esperava na porta.
Alguns escaparam
um deles com arte.
Outros ao remarem contra a correnteza,
perderam o remo, perderam o rumo que 
esperava fossem deles.
A morte ou as grades.
Foi o que determinaram: era deles.
Mesmo assim teimosa eu sonho que é possível
A mera vida de luta, depois do inferno.
O que será do sonho depois
da mais cruel das verdades