quinta-feira, 24 de março de 2022


                                   Entre Lágrimas

Entre lágrimas que embaraçam a minha visão

eu vejo as flores da Pitangueira

Entre lágrimas sorrio

Apenas umas florzinhas

Pode me lembrar  que existe beleza

Muito além

do meu sofrimento.

 

terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Quem tem direito ao sonho?




              Para Edu

Acordo de uma noite sem sonhos.
E agora a realidade.
Ainda não, penso em começar o dia com arte.
Bordar, pintar?
Durante o café a realidade de um mundo
também sem sonhos.
Jovens mortos. Mataram sonhos também.
E dói em mim.
Conheci jovens como aqueles.
Fizemos arte, rimos e sonhamos,
"uma realidade menos morta"
Mas a  realidade nos esperava na porta.
Alguns escaparam
um deles com arte.
Outros ao remarem contra a correnteza,
perderam o remo, perderam o rumo que 
esperava fossem deles.
A morte ou as grades.
Foi o que determinaram: era deles.
Mesmo assim teimosa eu sonho que é possível
A mera vida de luta, depois do inferno.
O que será do sonho depois
da mais cruel das verdades

 

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Cidade na chuva

No centro da cidade
Pastores se misturam
aos latinos
aos sem teto aos nóia
artistas na vida
Imigrantes.

Todos se misturam à chuva.

E dentro do Centro de cultura
outros, abrigados da chuva
abrigados da vida
Olham
E bebem capuccino.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Pra você que não veio





Guardei pra você as sementes de romã.
Comi as doze uvas
pra você que não veio.
Pra você que está longe comi também as lentilhas.
Mas não vesti branco
ou vermelho (marte)
nem rosa (numerologia).
Usei todas as simpatias que podia.
Esperei a meia noite,
brindei,
olhei os fogos até cansar
mas nada os extinguia.
Pensei que talvez você fitasse este mesmo céu
que eu via e que  rodeia a terra.
E também a você envolve.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Blog da aninha: jardins perdidos

Blog da aninha: jardins perdidos: Gosto dos jardins perdidos. Lá o mato e a grama crescem, florzinhas corriqueiras aparecem e pintam de cor. As rolinhas fazem seus ninhos...

jardins perdidos



Gosto dos jardins perdidos. Lá o mato e a grama crescem, florzinhas corriqueiras aparecem e pintam de cor. As rolinhas fazem seus ninhos e tem filhotes livremente. Lá mora a quietude e a paz. Torço para que fiquem assim esquecidos e ninguém queira inventar espigões que escurecem o céu. Porque ali viveu alguém, as histórias deles permanecem intocadas assim como suas árvores. Tudo é mistério, o tempo é o senhor ocioso e lento. E paaaaaaaaaaassaaaaaaaaa.......


quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Fomos ao Jardim botânico. Kika, Elis, Clara e eu.
Dia magnífico de muito sol.
Elis e Clara curiosas quiseram o mapa e tentaram se guiar por ele. Tudo era visto e curtido. Plantinhas, rio, ah o lago da ninféias, igual ao quadro do Monet. Ah as Garças em vôo.
Seguimos uma das trilhas que vai até a nascente do riacho Ipiranga passando por grandes árvores, o orquidário.
E inúmeros e espertos calangos seguidos de perto pelas duas meninas.
Subimos em pedras: tia Ana você ajuda? Isso foi na parada do lanchinho.
Seguindo adentramos a passarela na "floresta". Quase não vimos bichos mas pegamos sementes que elas disseram ser para o Fran, professor da Ânima, a escola que frequentam. A trilha bem longa percorrida quase sem esforço. Pra vó e tia passou "assim"! A vovó Kika deixou-as tirar muitas fotos.
Delícia de manhã num paraíso paulistano.
Obrigada meninas, obrigada vovó.
No final consegui seus autógrafos. Mas beijos, estes só roubando.
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sexta-feira, 7 de setembro de 2012


 
                        Domingo no parque
    Dia de parque cheio e perfume de manacás. Crianças, velhos, cachorros.
E gente como eu e Ângela com sua Pipoca.
E ainda descobri a Chichá.
Só fico triste
com os aparelhos quebrados e com a possiblidade de mais 120 mil
pessoas vindo pra cá.
Quantos parques vão construir?
Porque na Chácara não há.
( Ĺegal ler a história escrita no cartaz)
1/09/2012

"Miserável o país que precisa de heróis" B. Brecht

  Mara

Mara, herói do nosso lado
lutadora.
Mulher,mãe, professora, curiosa.
Da vida só levou suas batalhas.
Nunca se aposentou.
Da Mara eu me lembro
Sua risada gostosa
e debochada.
Debochava da vida, das dificuldades, do racismo.
Quando o filho quis ficar branco como o Michel Jackson e eu me espantei ela disse:
Isso passa!
Mara era na escola uma referência, na vida de algumas amigas a mãe que tinham por perto. Dava bronca e acolhida.
Se existe um céu ela está lá
Dando risada!
Ai Mara, que falta você faz!




domingo, 14 de agosto de 2011

A primeira vez a gente não esquece

Animada com o lindo dia resolvi usar o transporte público para ir  de Santo Amaro a

Pinheiros. Afinal apoio o dia sem carro.
Ônibus até o trem, estação CPTM Morumbi.  Cheguei lá e vi tudo organizado, moderno. À espera do trem meu olhar encontra um verde gramado com garças a descansar de um lado e ( é , em São Paulo) do outro belos edifícios.
Mas o que é isso que vem ferir meus sentidos? Imagine um cheiro podre, pior que caminhão de lixo. Meu Deus! O que é isso? E a visão do rio cheio de... de... dejetos, deslizando lentooo....
Mas finalmente ( graças aos deuses) chega o trem, limpo e bonito. (Bem diferente daquele que se toma na Luz em direção a Francisco Morato que é sujo e para a metros da plataforma- cuidado com o vão! ) Rapidamente chegamos ao destino, o Metrô lindo catraca eletrônica, plataforma com portas de vidro. Que lindo! Que luxo!
Voltamos à realidade, aqui fora tudo continua muito feio (mas claro, ainda vão urbanizar). E qual a lembrança mais forte desta experiência?
O cheiro mais fedido que senti em muitos anos.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Eu

Se quiseres me conhecer não me olhes. Procura-me nos livros que li, nos meus desenhos, pinturas e nos meus cadernos de notas.
Verás então que amei, que sofri, fui triste, alegre, louca e santa. E sobrevivi.
Amei e amo cirancinhas e velhinhos. Que sorrio ao ver jovens em flor. Acho graça em sua inocência. E me preocupo com eles.
Olho as velhas árvores com reverência e me emociono com sermentes germinando e flores em botão. Guardo também flores já a murchar e a perder as cores. Colho-as então e as coloco onde secarão mantendo as cores continuando a embelezar...

terça-feira, 7 de junho de 2011

Tu és pó - escrito no envelope do exame médico

Teunho pensado no sentido do envelhecimento..
O corpo em decadência poderia nos levar ao desapego? A  vaidade do corpo acaba não servindo para nada então, exceto para nos angustiar. Se instala a feiúra, a fragilidade.
Quanto ao centro de tudo, o cérebro, esquecemos! E aí a vaidade intelectual é atingida. Mas esta,  por não estar visível como está o corpo no espelho, pode ser adulada e vista com condescendência. Por isto pode perdurar a ilusão. De sermos muito importantes, insubstituíveis ou mesmo necessários.
Mas o que aconteceria se acontecesse o desapego? A depressão, a amargura ou a indiferença e por consequência desistir da vida? Ou ao contrário, a liberdade.
O que alimenta ou falta a uma ou a outra?

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Vontade de viver

Dançar, palavra mágica para muitas mulheres e homens.

Baile da virada. A chamada me chamou e fui. E meninos, eu vi.Vi senhoras de muitas melhores idades, mais que animadas, em cinderelas transformadas. Velhinhos daqueles que a gente vê em fila de banco, brilharem como cavalheiros em prateada armadura. O homen de bengala dançar com jovens em piruetas, requebrados, sambando com doçura.
Lindos rapazes e moças em preto vestidos, como fadas madrinhas atendendo desejos, não de fama fortuna, mas de brilhar ali na pista ao som de música pura.
Japonês dançando samba, negro bailando ao som de salsa, peruano, boliviano ao som de forró e gafieira.
A democracia se faz viva e não era dia de eleição. Era dia de baile. E ali se misturou São Paulo, a São Paulo que eu amo e que mistura nossa gente e dá oportunidade de ser feliz, nem que seja só no dia do baile!

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Blog da aninha: Manhãs de domingo

Blog da aninha: Manhãs de domingo: "Quando acordo muito cedo em manhãs de domingo como hoje (calor? energia demais?) sinto uma inquietação. Aprecio a calma e a natureza do bair..."

Manhãs de domingo

Quando acordo muito cedo em manhãs de domingo como hoje (calor? energia demais?) sinto uma inquietação.
Aprecio a calma e a natureza do bairro com menos carros e correria.
Mas sinto falta de gente.
As pessoas que vejo (e não encontro) são os sem teto de olhar alheio e os velhos sem sono.
E me sinto só.
Não é um sentimento ruim de isolamento. Apenas uma constatação?
Aqueles a quem eu queria encontrar dormem seu sono de domingo. E sonham.
Eu, acordada, observo...